Combustíveis não páram de aumentar

Os preços do crude e do brent estão novamente em alta, ainda assim longe dos valores atingidos em 2008, quando por exemplo um barril de brent (valor de referência para Portugal) chegou a custar 160 dólares. Já os preços dos combustíveis, esses não páram de subir. De facto, se recuarmos até 2004 esses valores subiram mais de 75%.

O ano de 2012 não tem sido excepção e desde o dia 1 de Janeiro de 2012 os preços dos combustíveis já subiram 38 vezes e registaram-se 27 descidas. Ainda assim o saldo é negativo para o consumidor com a gasolina 95 a aumentar 13 cêntimos por litro para 1.702 € enquanto o preço do gasóleo aumentou sete cêntimos até aos 1.483 €.

Mas afinal o que representa este aumento no bolso dos consumidores? Vamos pegar num exemplo. Para o proprietário deste Megane Coupé 2.0 dCi FAP Dynamique S atestar o depósito (60 litros) precisava, no início do ano, de 84.78 €. Agora com o aumento dos preços esse valor subiu para 88.98 €, mais 4.20 €. Ao fim de um mês, e dependendo do uso dado ao carro esse valor pode crescer exponencialmente.

No caso de um carro a gasolina a subida é maior. O dono de um Megane Coupé 1.4 TCe Dynamique S, por exemplo, para encher o depósito neste momento gasta 102.12 € quando no início do ano gastava menos 7.14 € (94.92 €).

Quanto às culpas destes aumentos as versões são as mesmas, os elevados custos do barril do petróleo causado pelo clima de insegurança que se vive no Médio Oriente, a liberalização do mercado que formou quase um cartel entre as gasolineiras e os elevados impostos sobre os combustíveis.

Se formos analisar as duas primeiras razões encontramos algumas contradições já que como oi referido anteriormente os preços do barril em 2008 estavam mais caros mas ainda assim os preços nunca chegaram a subir a estes valores. O que é certo é que o preço do petróleo entretando desceu, mas ainda assim estamos a assisitr a valores recorde nos preços dos combustíveis.

O Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) são uma causa efectiva dos preços elevados dos combustíveis, já que representam 71,4% do valor final, e por eles poderia passar uma solução para esta subida que pressiona toda a economia do país. De facto muitas são as vozes, incluindo a ANAREC, que defendem uma flexibilização Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), como forma de equilibrar os aumentos do preço dos combustíveis.

A verdade é que segundo os dados da Direcção Geral da Energia da Comissão Europeia (Março de 2012) Portugal tem atualmente a sexta gasolina 95 mais cara entre os 27 países da União Europeia. No caso do gasóleo ocupa o nono lugar da tabela dos países com o preço mais elevado.