O Principado do Mónaco é a meca da riqueza, do excesso, da fama e da fortuna. Tem o seu próprio Grande Prémio e muitas das atuais e antigas celebridades da Fórmula 1 podem ser encontradas aqui e ali pelas ruas e apartamentos ao redor do famoso porto. A palavra "Mónaco" faz lembrar as imagens de James Bond e o barulho dos motores, as ruas não estão apenas pavimentadas em ouro, mas também podem ser um pouco cruéis, como Ayrton Senna descobriu em 1988.
O Mónaco tem sido o tradicional reduto dos ricos e famosos e os pilotos de Fórmula 1 são uma boa parte desse número. David Coulthard é conhecido por ser proprietário do Hotel Colombo, no Mónaco, onde vive nos interregnos da carreira de comentador da BBC. Mas o britânico não é o único piloto de F1 que lançou âncora naquelas águas, muitos outros já o fizeram no passado, incluindo as dinastias como os Rosberg e os Piquet. Hoje em dia, porém, são os pilotos mais jovens da F1 que aproveitam as vantagens (por assim dizer) dos impostos mais baixos, de muito sol e de uma animação noturna espetacular na Riviera Francesa. O duo britânico Jenson Button e Paul di Resta vivem lá, tal como Nico Rosberg (ainda) e Felipe Massa da Ferrari. Por que é que isto é relevante? Certamente porque passar diariamente por estrelas do volante como estas na rua faz do Mónaco uma meca automobilística única.
O circuito de F1 no Mónaco tem uma elegância única.
As ruas da cidade são únicas na Fórmula 1 e os pilotos também o admitem. Na era moderna da maior segurança, das enormes escapatórias e das barreiras especialmente concebidas (mesmo nos outros circuitos citadinos), o Mónaco continua na idade das trevas e durante uma semana por ano, todos nós o aceitamos. Tem o túnel que passa por baixo do casino que leva os pilotos até ao famoso porto onde Alberto Ascari teve um acidente em que foi parar ao Mediterrâneo, apenas quatro dias antes de morrer, em Monza, em 1955. Apenas outro piloto teve um acidente semelhante no porto, Paul Hawkins em 1965. É claro que na história mais recente são as diabruras de Ayrton Senna no seu McLaren que são mais facilmente relembradas, com destaque especial para a vitória em 1992 sobre Nigel Mansell. Uma coisa é certa, não deve existir provavelmente outro circuito na Terra que se possa gabar dos momentos icónicos dos quais as ruas apertadas e sinuosas do Mónaco estão repletas.
Um dos melhores eventos de hoje em dia é o Monaco Classic, porque para além de receber as estrelas da Fórmula 1, todos os anos o principado também organiza este evento, onde os seus abastados moradores podem sair à rua com os seus modelos históricos uma semana antes do Ráli de Monte Carlo. Aqui, os participantes podem desfrutar de uma bebida à noite e talvez até mesmo de um charuto e reunir-se com velhos amigos, para muitos, é o Classic que é o momento alto do ano. Se não achares que isso seja suficiente, então tens o Ráli de Monte Carlo para teres as multidões e os fãs na borda dos seus lugares. Em 2011, pela primeira vez desde 2008, o Ráli de Monte Carlo voltou ao calendário do Mundial de Rális (WRC), embora tenha passado três anos no calendário do Intercontinental Rally (IRC). Mas as imagens icónicas dos Mini de Alex Issigonis a vencer em 1964, conduzido por Paddy Hopkirk, ainda perduram na memória. Os percursos de montanha combinados com as derrapagens dos carros de ráli são o contraponto perfeito para a natureza precisa do paddock da F1.
O icónico Mini Cooper no Ráli de Monte Carlo de 1965
Quando a maioria de nós vai até ao Mónaco fazer uma visita não é para ir ao Grande Prémio ou ao Ráli de Monte Carlo, mas sim para sentir a atmosfera e a enorme riqueza (o maior PIB per capita do mundo com 138.118 euros). Com isso, surge possivelmente a maior densidade de supercarros no mundo estacionados à porta do mundialmente famoso casino, casa de James Bond. E o que podes tu fazer com um destes carros (para além de posar para a fotografia)? Bem, podes conduzi-los pelas estradas alpinas (cenário do Ráli de Monte Carlo) ou ao longo da famosa A8 que te vai levar até outra casa dos ricos e famosos: St. Tropez.
Seria negligente falar sobre o Mónaco sem mencionar James Bond. O facto da personagem e dos filmes do agente secreto mais famoso do mundo estarem tão intimamente ligados ao principado indicam-nos duas coisas: em primeiro lugar que o Mónaco tem história e em segundo lugar que ainda a continua a ter algo especial. Há poucas cenas mais icónicas do que James Bond a descer pelas estradas de montanha no seu famoso Aston Martin DB5 para jogar baccarat no casino. E basicamente é isso que o Mónaco encarna: riqueza, excesso, carros rápidos, mulheres rápidas e super estrelas.
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