Rubens Barrichello abandona a Fórmula 1: Uma retrospectiva

A 17 de Janeiro às 7h16, horário de Brasília, Rubens Barrichello anunciou oficialmente, "amigos do Twitter .. eu não vou conduzir o carro da Williams este ano e desejo ao meu amigo @BSenna tudo de bom...o futuro está de portas abertas." assim termina a carreira do piloto mais experiente da história da Fórmula 1. Barrichello é o primeiro piloto na história da Fórmula 1 a quebrar a barreira das 300 partidas e competiu em 322 grandes prémios ao longo de 18 anos de carreira. Ao longo de toda a sua carreira apenas falhou quatro grandes prémios. Uma das tragédias da carreira de Barrichello é que, apesar da sua consistência, ele nunca ganhou um campeonato mundial.

Barrichello começou a sua carreira de karting no Brasil onde conquistou cinco títulos. Mudou-se para os monolugares em 1993 onde se viria a juntar à equipa de Fórmula 1 Jordan. O período em que esteve na Jordan foi agitado, como é para a maioria dos jovens pilotos da Fórmula 1. Ele considerava o também brasileiro Ayrton Senna um amigo e mentor.

Em 1994, Barrichello teve um acidente quase fatal durante os treinos de sexta-feira para o Grande Prémio de San Marino com o seu carro a levantar voo em alta velocidade e a colidir na cerca à volta da pista. Depois de ter girado 540 graus Barrichello ficou dentro do carro de cabeça para baixo, inconsciente e com a língua a bloquear as suas vias aérea. Se não fosse a intervenção rápida da equip de primeiros socorros, Barrichello poderia ter perdido sua vida. No dia a seguir, Roland Ratzenberger perdeu a vida durante a qualificação, e Aryton Senna morreu durante a corrida no domingo.

Nas épocas de 1995 e 1996 Barrichello, a correr pela Jordan, teve vários problemas mecâncios. Terminou o campeona de pilotos em 11º em 95 e 8 em 1996.

Entre 1997 e 1999, Barrichello mudou-se para a Ford Stewart. As duas primeiras temporadas foram difíceis devido à falta de fiabilidade do seu monolgar. Em 1997 ficou-se pelo 13º lugar no mundial de pilotos e em 12º no ano seguinte. Apesar de um carro ainda pouco fiável Rubens Barrichello foi melhorando e em 1999 foi sétimo classificado no final da temporada.

Em 2000 Barrichello mudou-se para a Ferrari onde teve lugar a fase de maior sucesso da sua carreira. Durante uma corrida molhada em Hockenheim, o piloto brasileiro conquistou a sua primeira vitória na Fórmula 1. Entre 2000 e 2005 ele e Michael Schumacher dominaram a Fórmula 1. Barrichelo ficou em segundo lugar no mundial de pilotos em 2002 e 2004 e em terceiro em 2001.

Depois da Ferrari, Barrichello começou a saltar de equipa em equipa e a ficar-se pelo meio do pelotão. Entre 2006 e 2008 correu pela Honda.

Em 2009 Barrichello voltou ao topo ao correr pela Brawn GP. Foi mais um momento de brilhantismo na sua carreira que lhe rendeu um terceiro lugar no final da temporada.

Nas duas últimas temporadas, Barichello correu por uma equipa Williams muito longe dos seus momentos de glória. Apenas conseguiu alcançar quatro pontos no campeonato de 2011.

Em 18 de janeiro, Barrichello fez um tweet que dizia, "Quando eu disse que as coisas estavam abertas é porque eu ainda tenho muito velocidade em mim .. tal como me disse um velho amigo: competir está no meu sangue". A última frase é de Ayrton Senna.

Será interessante ver o que Barrichello fará no futuro. Toda a sua carreira se dedicou aos monolugares, mas não há nenhuma razão para que não possa passar para outras modalidades automobilísticas. Como muitos pilotos de Fórmula 1 aposentados, ele pode tornar-se num comentador desportivo. Desde 2010, Barrichello era o presidente da Associação dos Pilotos de Grandes Prémios.

Barrichello nunca foi um piloto dominante durante a sua carreira como o seu companheiro de equipa Schumacher ou Jenson Button, em 2009, mas foi consistente.