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Nissan Juke R vs Nissan GT-R 2012
Para todos os efeitos, o Nissan GT-R
Nissan GT-R Premium EditionJapão, 2012 > presente5 fotografias
e o Juke R
Nissan Juke-R ConceptJapão, 2011 > presente17 fotografias
1 video
deveriam ser carros muito semelhantes de conduzir. Partilham o mesmo motor, caixa de velocidades e uma infinidade de outras peças. Para além do aspeto estranho, o Juke R deve comportar-se mais ou menos como o “Godzilla”.
Nissan GT-R Premium EditionJapão, 2012 > presente5 fotografiase o Juke R
Nissan Juke-R ConceptJapão, 2011 > presente17 fotografias1 video
deveriam ser carros muito semelhantes de conduzir. Partilham o mesmo motor, caixa de velocidades e uma infinidade de outras peças. Para além do aspeto estranho, o Juke R deve comportar-se mais ou menos como o “Godzilla”.
Este está longe de ser o caso, e vou explicar porquê, sem grandes rodeios.
Já falei do enorme respeito que tenho pelo Nissan GT-R e do avanço tecnológico que representa. Lisonjeia o piloto como nenhum outro carro que eu alguma vez conduzi, e por aproximadamente 127.000€ é uma proposta imbatível, com performances que envergonham carros com o dobro (ou triplo) do preço. Na verdade, faz com que um Porsche 911 Turbo
Porsche 911 Turbo SAlemanha, 2010 > presente4 fotografias
pareça ultrapassado, com um “lag” excessivo do turbo e ajudas eletrónicas menos avançadas.
A última vez que conduzi um Nissan GT-R foi em outubro e não foi este último modelo de 2012. O que conduzi só tinha 530cv, claramente abaixo das expectativas que aumentam de dia para dia no mundo que vivemos. Para 2012 a Nissan subiu a potência até os 550cv, o que me deixou a pensar como é que em 2007 nós chegávamos a algum lado enquanto o GT-R só tinha 485cv... A caixa também foi modificada, com a suavidade e a intuitividade a serem melhoradas. Este era um dos (muito) poucos pontos fracos dos primeiros carros, por isso fiquei agradavelmente surpreendido.
Sempre fui apologista que quando se aplica uma caixa de velocidades de embraiagem dupla nos carros desportivos esta deve ser o mais suave e rápida possível. Tendo em conta que puxar um seletor num Nissan GT-R não requer mais habilidade do que o meu primo de 13 anos precisa para carregar no R1 do comando da PlayStation, porque não tornar o processo perfeito? Parece estúpido não serem perfeitas, com truques artificais para as tornar mais bruscas. Se quero concentrar-me na capacidade de mudar de velocidade rápida e suavemente vou conduzir um carro com caixa manual, ou pelo menos um com uma caixa de velocidades manual automatizada. Portanto, eu fiquei satisfeito com a última opção.
Pus o carro à prova através de dois testes específicos. O primeiro um slalom, e o segundo um sprint dos 0 aos 100. O slalom foi impressionante, mas não exigiu nenhuma habilidade da minha parte. De facto acho que para fazer um pião num GT-R a única hipótese seria chegar com tanta velocidade a uma curva que as leis da física simplesmente se recusariam a ser ignoradas. Como está, o carro ultrapassa-as facilmente.
O segundo teste foi igualmente impressionante. Colocamos simplesmente o carro no modo 'auto' e carregamos no acelerador e no travão simultaneamente, e depois basta soltar o travão. O carro dispara até aos 100km/h em 3 segundos com consistência metronómica.
Tudo isto é ótimo, se for isto que te enche as medidas.
| Nissan Juke-R Concept 2011 232 cu in 530.3 cv @ 6400 rpm 160 mph 3.7s |  | Nissan GT-R Premium Edition 2012 232 cu in 550 cv @ 6400 rpm 196 mph 2.8s | |
No entanto, é com o Juke, que as coisas se tornam verdadeiramente emocionantes. Apesar de pesar mais do que o GT-R, o Juke R parece estar imediatamente mais alerta. Está equipado apenas com o motor "antigo" de 485cv e com uma caixa de velocidades da geração anterior, mas o resto do carro é muito mais divertido. É menos competente do que o GT-R, mas isso acaba por revelar-se favorável, o que pode ser devidamente apreciado quando os dois modelos são conduzidos consecutivamente.
O Juke R tem uma configuração um pouco mais suave que, misturada com um peso e um centro de gravidade maiores contribui para uma experiência de condução diferente, à qual também ajuda a distância menor entre eixos. Isto permite que o condutor transfira o peso do carro, e altere o ângulo com que ataca a meio das curvas com destreza surpreendente. Uma subida a meio da curva mete o nariz, e apesar do sistema de tração às quatro rodas, o deslizar subsequente é facilmente controlado e mantido por algum tempo. Em travagem, o processo é ainda mais “animado”, com a extremidade traseira a balançar de um lado para o outro obrigando a intervenção ativa do piloto.
O motor é menos potente, mas ainda tem muito para dar, enquanto que a transmissão serviu para me lembrar por que é que o GT-R precisava de mais algum trabalho nesse departamento. A verdade é que não podemos ter tudo.
Também tem um aspeto fenomenalmente agressivo. Pintado em preto matte e com uma roll-cage a sério no interior, sente-se em cada pedacinho do Juke-R a essência de um carro de corrida. Enquanto isso, o kit da carroçaria foi recebido com aplausos em todo o lado, embora não possa deixar de pensar que pode parecer um pouco absurdo num Juke 'normal', o R consegue-o em grande estilo.
Isto mostra, mais uma vez, que um carro com carácter e algumas falhas pode surprender máquinas mais aperfeiçoadas nas circunstâncias certas. Viva a diferença!
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