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A European Automobile Manufacturers Association (ACEA) divulgou hoje que as vendas de veículos nos países que integram a União Europeia continuam a sua tendência de queda. A tendência agrava-se no que toca aos registos de automóveis de passageiros novos que desceram 7,8% em julho e que registaram uma queda ainda maior de 8,9% em agosto de 2012.
Nos primeiros oito meses do ano o declínio geral perfez um total de 7,1%, com 8.268,642 automóveis novos registados na UE durante este período.
O único país que registou uma tendência positiva em julho foi o Reino Unido com 143.884 novos registos, o que se traduz numa subida de 9.3%. Contudo, isto contrasta com a tendência geral negativa que varia de -5,0% na Alemanha até -17,2% e 21,0% em Espanha e Itália, respetivamente.
A tendência é um pouco mais diferenciada em agosto com a procura na Alemanha a baixar 4,7 por cento em relação ao mesmo mês de 2011, enquanto a França (-11,4%) e Itália (-20,2%) enfrentaram descidas na ordem dos dois dígitos. O mercado espanhol assistiu a um crescimento de 3,4% e os britânicos permaneceram estáveis. Já Portugal assistiu a uma queda de 33.1% no registo de carros novos em relação ao mesmo período do ano anterior.
Tendo em conta o desenvolvimento entre janeiro e agosto de 2012, o Reino Unido foi o único mercado a apresentar um crescimento na ordem dos 3,3%, enquanto que a Alemanha deslizou em 0,6% e a Espanha (-8,5%), França (-13,4%) e Itália (-19,9%) registaram valores negativos. Neste período de tempo a queda do registo de novos carros em Portugal sofreu um decréscimo de 40.4%, só ultrapassado pela Grécia com uma redução de 42.0%.
Verifica abaixo em detalhe os desenvolvimentos por fabricante:
A tendência geral na UE nos primeiros 8 meses de 2012 mostra um declínio na procura de veículos novos. No entanto, quando se olha para os números em detalhe e por fabricante, torna-se evidente que é especialmente a economia e os segmentos de médio porte que são mais atingidos, enquanto a classe premium permanece relativamente estável ou mesmo em contradição com a tendência.
O Grupo Volkswagen, o segundo maior fabricante do mundo, teve 2.052.495 veículos novos registados nos primeiros oito meses de 2012. Isto representa um declínio de 0,1% em relação a 2011. Enquanto que a Audi relata um crescimento de 5,2%, outras marcas sofrem perdas que variam entre -2,4%, no caso da Volkswagen, até -16,2% no caso da SEAT.
O Grupo PSA que consiste na Peugeot e Citröen tem sido fortemente atingido pela crise. O grupo só vendeu 1.001.100 veículos novos em 2012, até agora, menos 13,5% em relação a 2011. A Peugeot sofreu especialmente, com uma queda de 14,6%, mas a Citröen também não está muito melhor com registos abaixo dos 12,2%.
Consistindo nas marcas Renault e Dacia, o grupo assistiu a um decréscimo de 16,3% em comparação com o ano anterior. Em 2012 foram registados 713.682 veículos de passageiros do fabricante, a Renault viu um declínio na ordem dos 19,8%, enquanto que a Dacia foi menos lesada com uma redução de apenas 1,3%.
O Grupo GM tem dado o que falar com a reestruturação da Opel na Europa. Os momentos difíceis refletem-se numa redução global de 11,9% quando comparado com o ano anterior. No entanto, a Opel representa o grande declínio, com 15,4%, enquanto a Chevrolet continua em crescimento com um aumento nas vendas de 7.5% até agosto.
A Ford Europa é outra fabricante duramente atingida pela crise. Em 2012 foram registados 625.171 veículos novos, menos 12,3% do que em 2011.
Como consequência da baixa procura na Europa, a Fiat já anunciou cortes na produção e um declínio no número de registos em 17,1% parece justificar essa decisão. Enquanto as marcas tradicionais Fiat registam quedas fortes na procura, a marca recentemente adquirida Chrysler oferece equilíbrio com a Jeep ao crescer em 24,6%.
O grupo BMW conta com a classe premium e compacta e sofre uma redução relativamente curta quando comparado a outros concorrentes. O declínio totaliza 3,1% com a BMW e a MINI a perder 3.0% e 3,8%, respetivamente, em comparação com os primeiros oito meses do ano anterior.
Tal como a BMW, as marcas premium da Daimler sofreram apenas uma perda relativamente pequena quando comparada com as marcas mais económicas. O declínio nos registos para o grupo fixam-se nos 2,7%, com a Mercedes a perder 1,6% e a smart a sofrer um declínio acentuado de 11,6%.
A maior fabricante mundial de veículos é afetada pela crise mas não de forma tão acentuada como os fabricantes europeus. A diminuição global do Grupo Toyota está em 1,0%, com 345.203 novos registos. A Toyota caiu 1,6%, enquanto a Lexus está em ascensão com um crescimento de 12,5%.
A Nissan vendeu 285.249 veículos na UE até agosto e sofreu um declínio moderado de 4,3% quando comparado com o ano anterior.
A Hyundai é uma das poucas fabricantes a contradizer a tendência e destaca-se com um crescimento de 10,1%. Sem qualquer surpresa, os fabricantes europeus sentem-se ameaçados pelos colegas coreanos.
Ainda melhor do que a Hyundai está a também coreana Kia. O crescimento de 23,1% indica que ainda existe procura no segmento económico.
Apesar do bom histórico quando se trata de segurança, a marca premium sueca também está a sentir o aperto com menos 11,6% registos quando comparado a 2011.
A Suzuki não escapou à crise e sofreu uma queda de 10,8% no número de registos nos primeiros oito meses de 2012.
A Honda apresenta um declínio mais moderado de 5,8% até agosto.
No entanto, a Mazda sofre um decréscimo de 10,9% em termos de novos registos em 2012.
O grupo premium que consiste na Jaguar e Land Rover é outro exemplo de que não são os segmentos mais caros a sofrer com a crise. Pelo contrário, o grupo apresenta um crescimento de 35,5% em relação a 2011, com a Land Rover a aumentar os registos em 44,6% e a Jaguar a crescer 6,4%.
E, por fim, a Mitsubishi também sente a crise com menos 33,4% registos até agosto de 2012.